Feedbacks em ações: como impulsionar a evolução profissional

 

O verdadeiro impacto do feedback não está no que é dito, mas no que é feito com o que é dito.

Um dos maiores desafios no ambiente de trabalho é garantir que os feedbacks dados sejam claros, consistentes e estratégicos.

Quando as informações sobre o desempenho de um profissional vêm de fontes diferentes e não se alinham, o impacto pode ser prejudicial.

O resultado? Desconexão, confusão e, consequentemente, estagnação no desenvolvimento profissional.

A chave para reverter essa situação está em transformar feedbacks desconexos em oportunidades reais de melhoria.

Neste artigo, vamos explorar como estruturar feedbacks, para que não só sejam bem recebidos, mas para que também levem a ações concretas, capazes de impulsionar o crescimento de cada profissional, a evolução da equipe como um todo e, por consequência, o fortalecimento da sua jornada como líder.

O Desafio dos Feedbacks Desconexos

É normal que diferentes pessoas tenham percepções distintas sobre o desempenho de uma mesma pessoa.

A liderança imediata pode enxergar um aspecto do trabalho, enquanto colegas, clientes ou liderados podem ter outras visões.

No entanto, quando essas percepções não são bem estruturadas e chegam de forma desconexa, elas geram confusão.

O profissional acaba sem saber exatamente quais comportamentos manter, o que melhorar e como agir de forma estratégica.

Quando as informações sobre o desempenho são fragmentadas, o impacto na motivação do profissional é grande.

Isso afeta diretamente sua autonomia e o sentimento de conexão com os objetivos da equipe e da organização.

É desconfortável a posição de não saber qual direção seguir, o que compromete a capacidade de tomar decisões autônomas e alinhadas com as metas da empresa.

Como Daniel H. Pink afirma em Motivação 3.0:


"Seres humanos têm um impulso inato de serem autônomos, autodeterminados e conectados uns aos outros." [1]

 

Essa citação é crucial para entender como a falta de clareza nos feedbacks pode afetar a motivação.

A autonomia do profissional está diretamente relacionada ao entendimento claro sobre como seu trabalho impacta o coletivo.

Se as mensagens não são claras ou se há desconexão entre elas, o colaborador perde a visão de como suas ações se alinham aos objetivos maiores, o que pode prejudicar sua confiança e até paralisá-lo.

Além disso, ele se sente desconectado da equipe, o que aumenta a sensação de desengajamento.

Porém, quando o feedback é bem estruturado, trazendo as diversas perspectivas de forma organizada e coesa, ele permite ao profissional e líder analisarem o desempenho individual com precisão.

Isso não só restaura motivação, mas reforça autonomia, facilitando que a própria pessoa identifique com clareza o que precisa melhorar e como suas ações contribuem para o objetivo maior.

Pesquisas mostram que 52% dos colaboradores não sabem como suas ações impactam a equipe, em grande parte devido à falta de uma estrutura de feedback clara e alinhada [2].

Isso reforça a ideia de que a falta de uma abordagem coesa impede que o feedback se transforme em ações concretas que realmente impulsionem o desenvolvimento profissional e o crescimento dentro da organização.

Como transformar Feedbacks em ações concretas

Quando o feedback é claro, específico e acionável, ele se torna um poderoso motor de mudança.

No entanto, a falta de clareza pode impedir o progresso.

Ao invés de dizer algo vago como: “Você precisa melhorar sua comunicação”, um feedback eficaz seria: “Nas últimas reuniões, percebi que sua explicação ficou confusa. Que tal testar um formato mais estruturado?”.

Esse tipo de feedback transforma uma observação vaga em uma ação clara, que pode ser implementada imediatamente.

Essa transformação só é possível quando o feedback é organizado de maneira estruturada, categorizado e alinhado com as necessidades do time e da organização.

O Mapa de Desenvolvimento Profissional é uma ferramenta chave para isso.

Ele ajuda a organizar o feedback recebido de várias fontes, categorizando-os em áreas claras e definidas: Manter, Parar e Começar.

  • Manter (Keep): o que já está funcionando bem e deve ser mantido.
  • Parar (Stop): aquilo que não está ajudando e deve ser interrompido.
  • Começar (Start): novas práticas ou comportamentos que precisam ser adotados.

Esse processo ajuda a simplificar a organização do feedback, proporcionando clareza e empoderando as pessoas para que realizem ações para melhorar o desempenho e alcançar os objetivos, tanto individuais quanto do time.

 

Como seus Feedbacks podem impulsionar o crescimento e colaboração

 

1. Promovendo um Ambiente de Aprendizado Contínuo

Para além de oferecer feedbacks mais diretos, registrá-los e estruturá-los, líderes de alta performance sabem que os retornos não podem ser um evento isolado, mas sim parte de um ciclo contínuo de aprendizado e desenvolvimento.

A frequência e a regularidade com que os feedbacks são dados mudam o jogo.

Ao integrar feedbacks frequentes e pequenos ajustes no dia a dia, líderes promovem uma cultura de evolução constante, onde os profissionais sabem que é importante melhorarem continuamente.

Um estudo da Gallup aponta que as equipes que recebem feedbacks constantes aumentam a produtividade em até 12% [4].

Essas interações contínuas ajudam a criar um ambiente de aprendizado constante, onde todos sabem que têm o apoio necessário para crescer, evitando que problemas sejam ignorados até se tornarem críticos.

Aceleradora de Líderes disponibiliza todo um ferramental para otimizar esse ciclo de feedback, garantindo que o aprendizado contínuo esteja alinhado com as estratégias de longo prazo da organização.

 

2. Aplicando o Feedback 360°

O Feedback 360° coleta informações de várias fontes — colegas, líderes, e até clientes — e permite que a equipe tenha uma visão mais ampla de como o trabalho de cada um impacta os outros membros do time.

Como sugere Edmondson em Psychological Safety and Learning Behavior in Work Teams, o feedback 360° cria um espaço seguro para o desenvolvimento, permitindo que todos recebam percepções construtivas e ações claras para melhorar [5].

Com uma visão integrada, as equipes conseguem identificar sinergias e otimizar seus esforços.

Com essa clareza sobre as expectativas e as áreas a melhorar cria um ambiente, todos estarão na mesma página, sabendo como se apoiar mutuamente para atingir os objetivos.

 

3. Criando um ambiente de responsabilidade compartilhada

Ao utilizar ferramentas como o Mapa de Desenvolvimento Profissional, os feedbacks se tornam um processo estruturado, permitindo que os profissionais identifiquem os pontos fortes a serem mantidos, os comportamentos a serem interrompidos e as novas práticas a serem adotadas.

Como ressalta Kim Scott em Empatia Assertiva, um feedback claro e honesto é a chave para criar responsabilidade compartilhada [6].

Essa abordagem não só cria clareza, mas também proporciona uma sensação de responsabilidade, onde todos sabem o que precisam fazer para contribuir para o sucesso coletivo.

Um bom exemplo seria usar o Mapa para revisar metas e objetivos individuais de forma contínua, alinhando sempre os resultados com os objetivos estratégicos da equipe e da organização.

Isso não só facilita o desenvolvimento profissional, mas também reforça o engajamento de todos.

 

4. Reforçando a cultura de transparência e confiança

Ao oferecer feedbacks de forma honesta, eles contribuem para a construção de uma cultura organizacional baseada na transparência e na confiança.

Como defende Patrick Lencioni em Os 5 Desafios das Equipes, a confiança é o pilar de uma equipe de alta performance, e isso só é possível quando todos sabem como estão se saindo e o que precisa ser feito para melhorar [7].

Um ambiente transparente promove o engajamento e reduz os ruídos de comunicação, já que todos sabem exatamente onde estão e o que precisa ser feito para melhorar.

Como resultado, todos têm a oportunidade de crescer, sabendo que suas ações são reconhecidas, e o feedback deixa de ser um processo punitivo para se tornar uma ferramenta de crescimento mútuo.

A chave aqui é garantir que o feedback seja genuíno e orientado para a melhoria, em vez de ser genérico ou superficial.

Feedbacks bem dados permitem que as pessoas se sintam ouvidas e compreendidas, fortalecendo o vínculo entre elas e a liderança, aumentando o comprometimento com os objetivos maiores e coletivos. 

Considerações Finais

Quando claros, bem estruturados e alinhados com os objetivos organizacionais, os feedbacks se tornam ferramentas poderosas para promover o aprendizado, a colaboração e a motivação.

Entender a importância de um feedback que vá além de uma simples observação, mas que traga soluções práticas e foco no desenvolvimento contínuo, pode ser a chave para transformar o desempenho de indivíduos e equipes.

O uso de ferramentas como o Mapa de Desenvolvimento Profissional pode proporcionar a clareza necessária para os colaboradores, ajudando-os a tomar decisões mais autônomas e alinhadas aos objetivos maiores da organização.

Lembre-se, feedbacks bem dados não são apenas sobre corrigir falhas, mas também sobre reconhecer o que está funcionando e impulsionar cada profissional a alcançar seu potencial máximo.

Ao transformar feedbacks em ações práticas e contínuas, seu time estará no caminho certo para alcançar os resultados desejados de maneira estratégica e sustentável.

Como você está estruturando seus feedbacks para garantir que eles não apenas informem, mas também inspirem a ação e o crescimento contínuo na sua equipe?

 

Referências

  1. Pink DH. Drive: The Surprising Truth About What Motivates Us. Riverhead Books; 2009.
  2. Gallup. The Power of Employee Development: Why Companies with Strong Training Programs Succeed. Gallup Press; 2019.
  3. Harvard Business Review. Feedback That Works. Harvard Business Publishing; 2017.
  4. Gallup. State of the American Workplace Report. Gallup Press; 2017.
  5. Edmondson A. Psychological Safety and Learning Behavior in Work Teams. Administrative Science Quarterly. 1999.
  6. Scott K. Radical Candor: Be a Kick-Ass Boss Without Losing Your Humanity. St. Martin’s Press; 2017.
  7. Lencioni P. The Five Dysfunctions of a Team: A Leadership Fable. Jossey-Bass; 2002.

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