agenda cheia?

Quando o sucesso adoece e a agenda cheia vira inimiga da performance

 

A maioria dos líderes confunde movimento com progresso.

Você pode passar o dia em reuniões, responder cinquenta mensagens no Slack e ainda assim não ter feito nada que realmente mova o ponteiro do seu time ou empresa.

Essa é a armadilha da agenda cheia: um símbolo de importância que, na prática, costuma revelar desorganização, falta de foco e baixa capacidade de priorização.

Segundo um levantamento da McKinsey, gestores gastam em média 35% do seu tempo semanal em reuniões improdutivas e outros 28% resolvendo interrupções ou urgências criadas por má gestão de tempo [1].

O resultado é um dia que parece cheio, mas não gera entregas proporcionais à energia gasta.

E o pior: quanto mais alto o cargo, mais difícil se torna perceber que a própria rotina está sabotando a performance.

 

A Cultura da Agenda Cheia

Há uma crença silenciosa no mundo corporativo: “quanto mais ocupado, mais relevante”.

Mas, como alerta Cal Newport, a ocupação constante é a forma moderna de preguiça, pois evita o esforço mental de pensar com profundidade [2].

Esse paradoxo entre sucesso e exaustão não é exclusivo do mundo dos negócios.

Lady Gaga, uma das artistas mais produtivas e premiadas do mundo, chegou a interromper turnês por dores causadas pela fibromialgia, um diagnóstico que ela própria relaciona ao esgotamento físico e mental.

Sua trajetória reflete o paradoxo que muitos líderes também vivem: quando o corpo e a mente cobram o preço de uma agenda sempre cheia [3].

Quando líderes passam o dia apagando incêndios, eles não estão liderando, estão apenas reagindo.

Times sob esse tipo de liderança tendem a funcionar em modo defensivo, com sobrecarga e perda de clareza de prioridades.

Uma pesquisa da Harvard Business Review mostrou que executivos que bloqueiam tempo para pensar estrategicamente têm 45% mais chances de reportar crescimento sustentável em seus times [4].

Isso não é sobre ter menos tarefas.

É sobre ter as tarefas certas.

 

Quando a Agenda Reflete a Maturidade da Liderança

A agenda de uma liderança é, em essência, o espelho da sua maturidade.

Ela mostra onde está sua atenção e o quanto sua energia é gasta em atividades que de fato geram valor.

Líderes experientes entendem que agenda é instrumento de cultura, não apenas de controle.

Quando ela é saudável, o time sente isso.

Há espaço para conversas de desenvolvimento, feedbacks genuínos e decisões bem pensadas.

Por outro lado, líderes pouco experientes costumam sofrer com o desafio de manter cadência e qualidade no acompanhamento de seus liderados, especialmente quando o dia é consumido por tarefas operacionais.

Nesses casos, aplicar um Diagnóstico de Saúde de Agenda pode ser o primeiro passo para enxergar onde o tempo está sendo desperdiçado e como distribuir energia de forma mais estratégica.

 

O Que a Ciência Diz Sobre a Qualidade do Tempo

Estudos de produtividade organizacional mostram que o cérebro humano perde até 40% de eficiência cognitiva quando alterna entre tarefas sem pausa [5].

Isso significa que, mesmo com a agenda repleta, o desempenho pode cair drasticamente se o líder não tiver momentos de foco concentrado.

Adam Grant, psicólogo organizacional, reforça que a liderança eficaz é menos sobre quantidade de interação e mais sobre qualidade de conexão [6].

Ou seja: uma reunião produtiva de 30 minutos pode valer mais que cinco encontros longos e dispersos.

Times de alta performance mantêm cerca de 80% do tempo semanal em atividades de qualidade, segundo estudos de Harvard sobre eficiência de equipes [7].

E alcançar esse índice começa por entender, com dados, onde o tempo está sendo mal utilizado.

É aí que ferramentas simples, como o Diagnóstico de Saúde de Agenda, ajudam a trazer clareza sobre a proporção entre o tempo produtivo e o tempo desperdiçado.

 

Como Reverter a Sobrecarga Invisível

Reorganizar a agenda não é apenas uma questão de disciplina, mas de liderança consciente.

Significa escolher o que precisa da sua presença e o que não precisa.

Algumas ações práticas podem transformar o caos em clareza:

  • Bloqueie períodos de foco inegociáveis no seu calendário.
  • Revise semanalmente sua agenda e pergunte-se: “isso é estratégico ou apenas urgente?”.
  • Crie rituais de acompanhamento com o time que não dependam da sua presença constante.
  • Avalie a proporção entre tempo dedicado à gestão de pessoas e tempo de execução técnica.

Esses pequenos ajustes, quando feitos com consistência, aumentam a previsibilidade e reduzem a ansiedade coletiva.

Quando líderes adotam um ritmo sustentável, o time ganha confiança, clareza e autonomia.

E a performance passa a ser consequência natural, não uma imposição.

 

Considerações Finais

Ter uma agenda cheia pode parecer um sinal de relevância, mas, na verdade, é um teste silencioso de maturidade.

Líderes que aprendem a simplificar a própria rotina ensinam sua equipe a fazer o mesmo.

E, no fim, esse é o verdadeiro papel da liderança: criar espaço para o que realmente importa.

Afinal, não adianta ter uma agenda cheia se ela não reflete o impacto que você quer gerar.

O que a sua agenda está tentando revelar sobre a sua liderança?

O Diagnóstico de Saúde da Agenda pode te ajudar a refletir melhor sobre isso e talvez descobrir que o tempo está dizendo mais do que parece.

 

Referências

  1. McKinsey & Company. The state of organizations 2023: Reimagining productivity for the new world of work. McKinsey; 2023.
  2. Newport C. Trabalho Focado: Como ter sucesso em um mundo distraído. Rio de Janeiro: Alta Books; 2020.
  3. Lady Gaga opens up about fibromyalgia, chronic pain, and mental health. Refinery29. 2018 [cited 2025 Oct 17].
  4. Harvard Business Review. How CEOs manage time: Productivity insights from 27,000 hours. Harvard Business Publishing; 2018.
  5. Rubinstein JS, Meyer DE, Evans JE. Executive control of cognitive processes in task switching. J Exp Psychol Hum Percept Perform. 2001;27(4):763–797.
  6. Grant A. Pense de novo: O poder de saber o que você não sabe. Rio de Janeiro: Sextante; 2021.
  7. Harvard Business School. High-Performing Teams: Benchmark Study on Time Allocation and Effectiveness. 2022.

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